Diz-se que o deus maia Chin introduziu o homoerotismo masculino na cultura maia e, assim, tornou-se associado ao amor e sexo entre homens. Seu exemplo inspirava famílias nobres a pagarem jovens rapazes como amantes para seus filhos do sexo masculino, criando relações legais semelhantes ao casamento, assim como valorizava o amor entre homens sobre as demais formas de amor (pelo menos até o casamento).
Chin é mencionado em relatos do século XVI como o nome da divindade masculina que teria demonstrado relações sexuais com outros deuses e humanos do sexo masculino.
Os maias eram relativamente tolerantes com a homossexualidade. Sabe-se que havia orgias entre os maias que incluíam sexo homossexual, mas por sodomia (penetração anal) você seria condenado à morte em uma fornalha ardente — então eles naturalmente favoreciam outras formas de interação sexual entre homens, como vocês verão a seguir.
Casal Maia Desconhecido, de Ryan Grant Long (eles estão num estádio de futebol maia, esporte que eles chamavam de pitz) |
Ao descrever os costumes dos maias que habitavam a província de Verapaz (incluindo Alta Verapaz e Baixa Verapaz) da Guatemala do século XVI, o bispo Bartolomé de las Casas menciona as relações sexuais, reguladas pelo direito consuetudinário (quer dizer, direito baseado nos costumes), entre rapazes solteiros e garotos, bem como relações semelhantes que prevalecem entre os adolescentes masculinos que recebem instrução nos templos.
Sexo frontal entre homens (caverna de Naj Tunich) |
A prostituição pederástica institucionalizada é registrada em relatos espanhóis do século XVII sobre os maias da etnia itzá que viviam na região de Petén na Guatemala.
Entre as cenas do período clássico maia (200—900 EC) encontradas em uma caverna de Naj Tunich, Guatemala, está a representação de um homem nu e sexualmente excitado abraçando um nobre maia igualmente nu em contato sexual pênis-a-pênis (sexo frontal, sexo fálico, ou frote), possivelmente como um meio de iniciação e indicando que essa poderia ser a atividade sexual entre homens preferida pelos maias, já que a penetração anal era considerada um crime capital punido com pena de morte. Outra cena mostra um homem agachado se masturbando.
Homem se masturbando (caverna de Naj Tunich) |
Infelizmente não consegui descobrir imagens antigas representando o deus Chin, e as pouquíssimas modernas que encontrei são muito desrespeitosas com ele, retratando-o como um travesti promíscuo, o que não tem nada a ver com a mitologia do deus.
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