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10 fevereiro 2023

O deus Chin ensinou o amor masculino aos maias

Unknown Mayan Couple by Ryan Grant Long

 Diz-se que o deus maia Chin introduziu o homoerotismo masculino na cultura maia e, assim, tornou-se associado ao amor e sexo entre homens. Seu exemplo inspirava famílias nobres a pagarem jovens rapazes como amantes para seus filhos do sexo masculino, criando relações legais semelhantes ao casamento, assim como valorizava o amor entre homens sobre as demais formas de amor (pelo menos até o casamento).

Chin é mencionado em relatos do século XVI como o nome da divindade masculina que teria demonstrado relações sexuais com outros deuses e humanos do sexo masculino.

Os maias eram relativamente tolerantes com a homossexualidade. Sabe-se que havia orgias entre os maias que incluíam sexo homossexual, mas por sodomia (penetração anal) você seria condenado à morte em uma fornalha ardente — então eles naturalmente favoreciam outras formas de interação sexual entre homens, como vocês verão a seguir.

Unknown Mayan Couple by Ryan Grant Long
Casal Maia Desconhecido, de Ryan Grant Long
(eles estão num estádio de futebol maia, esporte que eles chamavam de pitz)
A sociedade maia considerava a homossexualidade preferível ao sexo heterossexual antes do casamento, então os nobres mantinham rapazes como escravos sexuais para seus filhos do sexo masculino. Chin era um deus bastante popular no período pós-clássico maia, época em que a sociedade maia se engajou em um próspero comércio de escravos que englobava a Mesoamérica (região cultural e histórica que abrangia regiões do atual México até a Costa Rica).

Ao descrever os costumes dos maias que habitavam a província de Verapaz (incluindo Alta Verapaz e Baixa Verapaz) da Guatemala do século XVI, o bispo Bartolomé de las Casas menciona as relações sexuais, reguladas pelo direito consuetudinário (quer dizer, direito baseado nos costumes), entre rapazes solteiros e garotos, bem como relações semelhantes que prevalecem entre os adolescentes masculinos que recebem instrução nos templos.

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Sexo frontal entre homens
(caverna de Naj Tunich)
Diz-se que Chin demonstrava relações sexuais com um "demônio" masculino (termo que os cristãos adoram usar para se referir a divindades e espíritos de outras religiões, incluindo os benfazejos) e, assim, introduziu tais relacionamentos no mundo. De las Casas escreve: "Desde então, alguns pais davam a seus filhos um garoto para ser usado como mulher; e se alguém mais tomasse o garoto, exigiam pagamento como se faz quando alguém viola a esposa de outro."

A prostituição pederástica institucionalizada é registrada em relatos espanhóis do século XVII sobre os maias da etnia itzá que viviam na região de Petén na Guatemala.

Entre as cenas do período clássico maia (200—900 EC) encontradas em uma caverna de Naj Tunich, Guatemala, está a representação de um homem nu e sexualmente excitado abraçando um nobre maia igualmente nu em contato sexual pênis-a-pênis (sexo frontal, sexo fálico, ou frote), possivelmente como um meio de iniciação e indicando que essa poderia ser a atividade sexual entre homens preferida pelos maias, já que a penetração anal era considerada um crime capital punido com pena de morte. Outra cena mostra um homem agachado se masturbando.

Naj Tunich, masturbação, homem se masturbando
Homem se masturbando
(caverna de Naj Tunich)
A arte da caverna de Naj Tunich varia muito quanto aos assuntos, incluindo histórias mitológicas, divindades, rituais e performances. Naj Tunich também é um dos vinte e dois sítios maias que incluem imagens sexuais explícitas. Essas representações explícitas de figuras masculinas com genitália ereta podem estar relacionadas a performances exclusivamente masculinas de sexo e gênero, bem como uma representação de desejo e relacionamentos sexuais entre homens.

Infelizmente não consegui descobrir imagens antigas representando o deus Chin, e as pouquíssimas modernas que encontrei são muito desrespeitosas com ele, retratando-o como um travesti promíscuo, o que não tem nada a ver com a mitologia do deus.


Fontes:



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