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"Pereçam miseravelmente aqueles que pensam que estes homens fizeram ou sofreram algo vergonhoso." (Filipe II da Macedônia sobre o Batalhão Sagrado de Tebas, o Exército de Amantes)

06 fevereiro 2025

Aakulujjuusi e Uumarnituq — Para os inuits (esquimós), o casal original foram dois homens

Aakulujjuusi e Uumarnituq, arte de Marco Calvi

 Na religião inuit, os casal humano original foram dois homens, Aakulujjuusi e Uumarnituq. Sendo os únicos dois humanos, eles se apaixonaram um pelo outro, estabelecendo uma relação que deu início à humanidade.

Aakulujjuusi e Uumarnituq foram, no xamanismo inuit (esquimó), os dois primeiros humanos, constituindo um casal masculino primordial. Logo após emergirem na terra, na ilha de Igloolik, eles começaram a desejar a companhia de outros humanos. Eles perceberam que teriam que acasalar se fosse para haver mais humanos. Eles assim o fizeram e, milagrosamente, Uumarnituq engravidou.

A partir deste ponto o assunto foge do escopo deste blog, pois o que era inicialmente uma estória de união homoafetiva acaba se tornando uma estória de transgenerismo; contudo, para não deixar a estória incompleta (e pelo bem da informação divulgada), segue a continuação da lenda.

Aakulujjuusi e Uumarnituq
Aakulujjuusi e Uumarnituq (?), artista desconhecido
Foi somente quando Uurnarnituq estava pronto para dar à luz que ele percebeu que não possuía uma passagem grande o suficiente pela qual a criança pudesse passar para o mundo. Aakulujjuusi cantou algumas palavras mágicas, ou irinaliuti, e esse feitiço ou encanto fez com que Uumarnituq se transformasse em uma mulher. Ao fazer isso, ele, agora ela, deu à luz um bebê do sexo masculino, de quem os inuits traçam sua descendência. Naquela época, nem morte nem guerra existiam, e a população humana começou a aumentar a tal ponto que as divindades ou espíritos temeram que a terra pudesse ser destruída. Em desespero, a anciã Uumarnituq cantou o irinaliuti: “Agora teremos morte! Agora teremos guerra!”

Aakulujjuusi, ainda não desejando permitir morte ou guerra, gritou em oposição à sua companheira. Mas Uumarnituq já havia falado, e o destino da humanidade estava selado. Aakulujjuusi foi capaz, no entanto, de preservar a continuidade das almas humanas por meio de uma existência após a morte, incluindo a reencarnação.

Aakulujjuusi e Uumarnituq, arte de Marco Calvi
Aakulujjuusi e Uumarnituq, arte de Marco Calvi

Fonte: Cassell's Encyclopedia of Queer Myth, Symbol and Spirit


Angutauqatigiik

Como acontece na maioria das culturas tradicionais, historicamente o povo inuit não possuía uma terminologia para os relacionamentos do mesmo sexo (ou de sexos opostos, pra ser justo), e, embora o registro seja escasso, há conhecimento de experiências homoeróticas entre homens que saíam em longas caçadas e pescarias e entre mulheres que ficavam para trás em seus lares. Modernamente, contudo, homens que amam homens na cultura inuit têm se identificado na língua deles como Angutauqatigiik ("duas coisas duras esfregando uma na outra", uma clara referência ao ato sexual que somente dois homens podem fazer juntos, roçar seus pênis um no outro como forma de união sexual); já as mulheres que amam mulheres têm usado o termo qaigajuariit ("duas coisas macias esfregando uma na outra" — e não preciso explicar o que isso significa).

Angutauqatigiik (two hard things rubbing together, duas coisas duras esfregando uma na outra)
Um casal angutauqatigiik
O amor do mesmo sexo tem sido combatido pela presença cristã desde pelo menos os anos 1950 na região ártica da América do Norte, que nega que isso seja algo que tem sempre estado presente em sua cultura e que, ao contrário, isso teria sido "importado" do sul. Mas, ainda que a luta pelos direitos homoafetivos naquela região enfrente obstáculos, ela persiste e, pelo menos nas comunidades mais afastadas e isoladas, onde vivem a maioria dos anciãos (que confirmam ter sido comum a homoafetividade em sua sociedade antes dos anos 1950) e das pessoas menos afetadas pela catequese cristã, a homofobia é menos presente e homens e mulheres que amam o mesmo sexo costumam ser melhor aceitas por suas famílias. (Fonte)

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