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"Pereçam miseravelmente aqueles que pensam que estes homens fizeram ou sofreram algo vergonhoso." (Filipe II da Macedônia sobre o Batalhão Sagrado de Tebas, o Exército de Amantes)

02 agosto 2020

Amor Grego: Neoclassicismo

Johann Winckelmann via o Apolo Belvedere (séc. II EC) como personificação de um ideal grego
Johann Winckelmann via o Apolo Belvedere (séc. II EC)
como personificação de um ideal grego
(leia antes: Renascença)

Helenismo Alemão
O termo alemão griechische Liebe ("amor grego") aparece na literatura alemã entre 1750 e 1850, junto com o socratische Liebe ("amor socrático") e o platonische Liebe ("amor platônico") em referência às atrações homem-homem.

A obra do historiador da arte alemão Johann Winckelmann (1717–1768) foi uma grande influência na formação de ideais clássicos no século XVIII, e também é um ponto de partida frequente para histórias da literatura alemã homoerótica. Winckelmann observou o homoerotismo inerente à arte grega, embora achasse que tinha que deixar implícita grande parte dessa percepção: "Eu teria sido capaz de dizer mais se tivesse escrito para os gregos, e não em uma língua moderna, que me impôs certas restrições". Sua própria androfilia influenciou sua resposta à arte grega e muitas vezes tendia ao rapsódico: "da admiração passo ao êxtase ...", escreveu ele sobre o Apolo Belvedere, "sou transportado para Delos e os bosques sagrados da Lícia—lugares que Apolo honrava com sua presença—e a estátua parece ganhar vida como a bela criação de Pigmalião." Embora agora considerado como "a-histórico e utópico", sua abordagem da história da arte forneceu um "corpo" e um "conjunto de tropos" para o amor grego", uma semântica em torno do amor grego que ... se alimenta dos discursos relacionados do século XVIII sobre amizade e amor".

Amor Grego - Retrato de  Winckelmann, de Anton von Maron (1768) com um nu masculino grego à frente
Retrato de  Winckelmann, de Anton von Maron (1768)
com um nu masculino grego à frente
Winckelmann inspirou poetas alemães no final do século XVIII e durante o século XIX, incluindo Goethe (1749–1832), também andrófilo, que apontou a glorificação de Winckelmann dos jovens masculinos nus na escultura grega antiga como central para uma nova estética da época e para quem o próprio Winckelmann era um modelo de amor grego como uma forma superior de amizade. Embora Winckelmann não tenha inventado o eufemismo "amor grego" para a homoeroticidade masculina, ele foi caracterizado como um "parteiro intelectual" do modelo grego como um ideal estético e filosófico que moldou o "culto da amizade" homosocial do século XVIII.

As obras alemãs do século XVIII do milieu do "amor grego" dos estudos clássicos incluem os ensaios acadêmicos de Christoph Meiners (1747–1810) e Alexander von Humboldt (1769–1859), o poema paródico Juno e Ganimede de Christoph Martin Wieland (1733–1813), e Um Ano na Arcádia: Kyllenion (1805), um romance sobre um caso de amor explicitamente homem-homem em um cenário grego de Augustus, Duque de Saxe-Gotha-Altenburg (1772–1822). [N/T: os nomes em negrito são dos homens que consegui identificar como amantes do mesmo sexo]

Neoclassicismo Francês
As obras de arte neoclássicas frequentemente representavam a sociedade antiga e uma forma idealizada de "amor grego". A Morte de Sócrates, de Jacques-Louis David (1748–1825), é para ser uma pintura "grega", imbuída de uma apreciação do "amor grego", um tributo e uma documentação do companheirismo descontraído, desinteressado e masculino.

(continua em Romantismo Inglês)

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